Centro de Recursos para a Inclusão

O Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) é uma das respostas da APPACDM de Coimbra que apoia alunos em idade escolar e que desenvolve a sua atividade em parceria com agrupamentos de escolas. Para percebermos melhor qual o trabalho do CRI, a quem se destina e qual o seu propósito, precisamos de conhecer melhor a escola e de compreender quais os seus objetivos e pressupostos.

OBJETIVOS

O Centro de Recursos para a Inclusão da APPACDM de Coimbra intervém no sentido de:

  • Promover a efetiva da participação dos alunos com NEE nos seus diferentes contextos de vida, desenvolvendo neles competências que facilitem o acesso à aprendizagem, à participação social e a uma vida o mais autónoma possível;
  • Apoiar a inclusão de alunos com NEE nos seus agrupamentos parceiros fomentando processos de inovação e mudança que promovam o envolvimento da comunidade (em particular a escolar) na promoção de estratégias de inclusão

“Todos os alunos da escola são iguais na forma como aprendem”

“Existem metas e programas que são iguais para todos os alunos de todas as escolas e o grande trabalho dos professores e conseguir que todos os alunos aprendam as mesmas coisas.”

Falso!

A escola é um lugar onde se aprende, mas cada aluno é especial na forma como aprende e por isso a escola quer ser um espaço de todos e para todos, onde os alunos se sentem bem, têm as mesmas oportunidades e são respeitados nas suas diferenças e na sua individualidade!

A escola contemporânea agrega uma diversidade de alunos tanto do ponto de vista socioeconómico e cultural como do ponto de vista cognitivo e motivacional. Todos os alunos têm direito ao acesso e à participação de modo pleno e efetivo em todos os contextos educativos. A escolaridade obrigatória é de e para todos, sendo promotora de equidade, de igualdade de oportunidades e de democracia.

“Ao longo da escolaridade obrigatória, o objetivo da escola é a aprendizagem académica, preparando os alunos o melhor possível para os testes e para os exames.”

Falso!

A escola quer que todos os seus alunos cheguem o mais longe possível em termos de aprendizagem, mas ao conhecimento transmitido através das diferentes disciplinadas junta-se a preocupação em promover nos alunos outras competências transversais, tais como a capacidade de pensar, a resolução de problemas, o espírito crítico, a sensibilidade para a arte, o bem-estar físico, entre outras. Desta forma, a escola pretende que, no final da escolaridade obrigatória, cada aluno esteja o melhor preparado possível para enfrentar os desafios da vida.

O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória configura o que se projeta que os jovens alcancem no final da escolaridade obrigatória, sendo, para tal, determinante o compromisso da escola e de todos os que nela colaboram. Trata-se de um documento de referência que permite organizar o sistema educativo e que alinha as escolas em torno de uma escola inclusiva, assegurando que, independentemente dos percursos escolares realizados, todos os saberes são orientados por princípios, por valores e por uma visão explícitos, resultantes de consenso social.

O documento defende que as competências a adquirir na escolaridade obrigatória são combinações complexas de conhecimentos, capacidades e atitudes, sendo que as áreas de competências são complementares e a sua enumeração não pressupõe qualquer hierarquia interna entre as mesmas.

Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória (e respetivas áreas de competência)

“Só a escola e os professores é que conseguem ajudar os alunos a desenvolver o seu máximo potencial na escola.”

Falso!

A escola necessita de toda a comunidade para fazer esse trabalho. Para além dos professores e auxiliares, as escolas precisam de outras estruturas da comunidade, como p.ex. os CRI, que disponibilizam diversos profissionais, tais como terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e psicólogos para apoiar os alunos quer no seu processo de aprendizagem, como no seu processo de inclusão.

O Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) da APPACDM de Coimbra integra a rede nacional de Centros de Recursos para a Inclusão ( de acordo com os termos constantes do ponto 9 do Aviso nº 9830/2021, publicado no Diário da república, 2ª série, nº 101, de 25 de maio).

De acordo com o Art.º 18 do Decreto-Lei 54/2018, os centros de recursos para a inclusão têm o seguinte enquadramento:

“1. Os CRI são serviços especializados existentes na comunidade, acreditados pelo Ministério da Educação, que apoiam e intensificam a capacidade da escola na promoção do sucesso educativo de todos os alunos; (…)”

“O CRI da APPACDM de Coimbra apoia todas as crianças de todas as escolas.”

Falso!

O CRI da APPACDM desloca-se a 11 agrupamentos onde apoia prioritariamente alunos que tenham mais dificuldade em participar, aprender ou em se sentir bem na escola.

Todos os anos o Ministério da Educação atribui um orçamento à parceria CRI/AE. Em estreita articulação, o CRI e os diferentes agrupamentos gerem a distribuição das horas apuradas nos orçamentos e distribuem as áreas técnicas de Terapia da Fala, Psicologia, Terapia Ocupacional/Psicomotricidade, Fisioterapia, Técnicos de Acompanhamento) pelas necessidades identificadas em cada agrupamento. O CRI da APPACDM tem parceria com os seguintes agrupamentos:

  • Agrupamento de Escolas de Arganil
  • Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho
  • Escola Secundária com 3º ciclo D. Dinis
  • Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro
  • Agrupamento de Escolas Martim de Freitas
  • Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel
  • Agrupamento de Escolas Coimbra Centro
  • Agrupamento de Escolas Lima de Faria
  • Agrupamento de Escolas Gândara-Mar
  • Agrupamento de Escolas Marquês de Marialva
  • Escola Secundária José Falcão

“O CRI só trabalha com os alunos.”

Falso!

Para ajudar as escolas a tornarem-se espaços acolhedores, onde todas crianças se possam sentir felizes, incluídas e aprender de acordo com as características individuais, para além de trabalhar com os alunos, o CRI também apoia, por vezes, os professores, os auxiliares, as turmas e/ou os pais para que todos contribuam para uma escola que respeita e apoia cada um dos seus alunos.

De acordo com a cultura e especificidade de cada agrupamento, o CRI pode integrar várias dinâmicas da escola, abarcando os seguintes eixos de intervenção:

  • Realização de apoios especializados diretos aos alunos em diferentes contextos ( sala de aula, intervalo, refeitório, gabinete, entre outros)
  • Dinamização de projetos preventivos nas diversas áreas técnicas (Terapia Ocupacional, Terapia da Fala e Psicologia, Fisioterapia)
  • Realização de ações de sensibilização/formação para capacitação de alunos, pessoal docente e não docente
  • Realização de ações de consultadoria para professores, assistentes operacionais e pais
  • Apoio no âmbito do processo de transição para a vida pós escolar dos alunos

De acordo com o Art.º 18 do referido Decreto-Lei, os centros de recursos para a inclusão têm o seguinte enquadramento:

2 – Constituiu objetivo dos CRI apoiar a inclusão das crianças e alunos com necessidade de mobilização de medidas adicionais de suporte à aprendizagem e à inclusão, através da facilitação do acesso ao ensino, à formação, ao trabalho, ao lazer, à participação social e à vida autónoma, promovendo o máximo potencial de cada aluno, em parceria com as estruturas da comunidade.”
“3 – Os CRI atuam numa lógica de trabalho de parceria pedagógica e de desenvolvimento com as escolas, prestando serviços especializados como facilitadores da implementação de políticas e de práticas de educação inclusiva.”

O Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) da APPACDM de Coimbra integra a rede nacional de Centros de Recursos para a Inclusão, acreditados nos termos constantes do Aviso nº 22914/2008, publicado no D.R., 2ª série, nº 170, de 3 de setembro, em conformidade com os princípios de inclusão educativa e social e a promoção da igualdade de oportunidades, expressos na Declaração da Salamanca e no D.L. nº 3/2008. Através do estabelecimento de parcerias com Agrupamentos de Escolas, o CRI disponibiliza uma equipa de técnicos especializados para intervir em contexto com alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) de carácter permanente que frequentam o ensino regular, abrangendo todos os níveis de ensino, desde o 1º ano até ao fim da escolaridade obrigatória.